doenças do trabalho

Doenças do trabalho X doenças ocupacionais: quais as diferenças?

Você sabe qual é a diferença entre doenças do trabalho e doenças ocupacionais? Embora esses termos sejam frequentemente usados para se referir às mesmas doenças, eles não são exatamente a mesma coisa. 

No contexto da saúde ocupacional, entender as distinções é fundamental para que empresas e trabalhadores saibam como lidar com esses problemas e quais são seus direitos e deveres. 

Neste blogpost, vamos conhecer as diferenças entre doenças do trabalho e doenças ocupacionais, esclarecer seus conceitos e explicar como elas afetam a saúde dos trabalhadores.

O que são doenças do trabalho?

As doenças do trabalho são aquelas desencadeadas ou agravadas pelas condições em que o trabalhador realiza suas funções

Ou seja, elas não necessariamente são causadas diretamente pelo ambiente de trabalho, mas o local e as condições podem piorar um quadro pré-existente ou desencadear uma doença. 

Esse tipo de doença está relacionado a um fator externo que agrava a saúde do trabalhador, mas não é exclusivamente causado pelo trabalho.

Por exemplo, imagine um funcionário que sofre de problemas respiratórios. Se ele trabalhar em um ambiente com alta exposição a poeira ou fumaça, sua condição pode se agravar devido ao contato constante com esses agentes. Nesse caso, a doença já existia, mas as condições de trabalho atuaram como um fator agravante.

Outro exemplo comum de doença do trabalho é o estresse excessivo, que, em alguns casos, pode levar a problemas de saúde mental ou física, como depressão, ansiedade ou hipertensão.

O que são doenças ocupacionais?

As doenças ocupacionais, por outro lado, são aquelas diretamente causadas pelas atividades desempenhadas no ambiente de trabalho ou pela exposição a agentes nocivos relacionados à função do trabalhador. Esse tipo de doença tem origem exclusivamente no trabalho e na exposição contínua a situações que afetam a saúde.

Por exemplo, trabalhadores que lidam com substâncias químicas sem a devida proteção podem desenvolver intoxicações ou problemas respiratórios. Outro caso comum de doença ocupacional é a perda auditiva induzida por ruído (PAIR), que afeta trabalhadores expostos a altos níveis de barulho sem a proteção adequada.

As doenças ocupacionais estão geralmente previstas na legislação trabalhista e constam em uma lista oficial do Ministério da Saúde. 

Isso significa que, quando diagnosticadas, elas possuem implicações diretas nos direitos trabalhistas do funcionário, como a necessidade de afastamento, tratamento médico adequado e até mesmo indenizações, dependendo da gravidade e das circunstâncias.

Principais diferenças entre doenças do trabalho e ocupacionais

Embora ambas estejam relacionadas ao ambiente de trabalho, existem algumas diferenças cruciais entre as doenças do trabalho e as doenças ocupacionais que vale a pena destacar.

Causa

As doenças do trabalho têm origem em uma predisposição prévia do trabalhador, que é agravada pelas condições do ambiente de trabalho. Já as doenças ocupacionais são causadas exclusivamente pelo ambiente de trabalho ou pelas atividades desempenhadas.

Previsão legal

As doenças ocupacionais estão previstas em uma lista oficial do governo, enquanto as doenças do trabalho podem não estar catalogadas, já que dependem de fatores individuais do trabalhador.

Direitos trabalhistas

Em ambos os casos, o trabalhador tem direito ao afastamento para tratamento médico, mas as doenças ocupacionais costumam dar ao funcionário uma maior proteção legal, já que elas estão diretamente ligadas à função exercida. 

Doenças do trabalho, por outro lado, podem exigir uma comprovação maior de que o ambiente realmente agravou a condição pré-existente.

Prevenção

A prevenção de doenças ocupacionais envolve o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), controle de exposição a agentes nocivos e outras medidas de segurança que evitam o contato direto com agentes que causam a doença. 

No caso das doenças do trabalho, a prevenção inclui melhorias nas condições de trabalho para minimizar fatores de estresse ou exposição prolongada que possam agravar uma condição pré-existente.

Exemplos de doenças do trabalho e doenças ocupacionais

Para ilustrar ainda mais a diferença entre os dois tipos de doenças, vejamos alguns exemplos práticos:

  • Doenças do trabalho:
    • Estresse relacionado ao trabalho que leva à depressão ou ansiedade;
    • Agravamento de uma condição respiratória em função de exposição prolongada a agentes alergênicos;
    • Dores musculares exacerbadas pelo uso inadequado de equipamentos ou má postura.
  • Doenças ocupacionais:
    • Intoxicação por substâncias químicas em trabalhadores de fábricas ou laboratórios;
    • Silicose, uma doença pulmonar que afeta trabalhadores da construção civil expostos à poeira de sílica;
    • Dermatites causadas pela exposição a substâncias químicas agressivas no setor industrial.

Importância da identificação precoce

Identificar precocemente os sinais e sintomas tanto das doenças do trabalho quanto das ocupacionais é essencial para garantir o bem-estar do trabalhador e evitar complicações graves. Sintomas iniciais, como dores musculares, cansaço extremo, problemas respiratórios ou irritações na pele, não devem ser ignorados. 

A empresa tem a responsabilidade de oferecer exames periódicos aos funcionários, conforme previsto na legislação trabalhista, e, caso seja detectada alguma doença relacionada ao trabalho, o empregador deve tomar medidas para minimizar os riscos.

Além disso, é fundamental que os trabalhadores conheçam seus direitos e saibam identificar quando uma doença pode estar relacionada ao trabalho. A busca por ajuda médica qualificada e o suporte jurídico, quando necessário, são etapas importantes para garantir que o trabalhador tenha acesso ao tratamento e às compensações adequadas.

Prevenção e responsabilidade da empresa

A prevenção é a chave para evitar tanto doenças do trabalho quanto ocupacionais. As empresas têm um papel essencial nesse processo, fornecendo condições de trabalho seguras, com foco na saúde e bem-estar dos funcionários. 

Isso inclui a disponibilização de EPIs, treinamento contínuo sobre boas práticas no ambiente de trabalho e controle de agentes nocivos que possam afetar a saúde dos trabalhadores.

Do lado dos trabalhadores, seguir as orientações e usar corretamente os EPIs é igualmente importante. A responsabilidade pela prevenção é compartilhada, e um ambiente seguro depende da cooperação entre empresa e colaboradores.

Conclusão

A distinção entre doenças do trabalho e doenças ocupacionais é sutil, mas importante. Enquanto as primeiras são agravadas pelas condições do ambiente de trabalho, as segundas têm origem diretamente nas atividades desempenhadas. 

Independentemente da classificação, a saúde do trabalhador deve ser prioridade, e a prevenção é a melhor forma de evitar problemas de saúde relacionados ao trabalho.

As empresas precisam estar atentas às suas responsabilidades, garantindo um ambiente de trabalho seguro e adequado, e os trabalhadores devem conhecer seus direitos para buscar ajuda sempre que necessário. Isso não só protege a saúde individual como também contribui para um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

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