A hanseníase é uma doença bastante antiga, mas, apesar de muito conhecida, ainda carrega alguns preconceitos em seu nome.
Isso acontece porque desde antes de Cristo já havia relatos da doença e acredita-se que ela surgiu no Oriente e se espalhou para outros países por meio das navegações e explorações. Desde então, por ser transmissível e deixar sequelas no corpo dos pacientes, ainda representa um grande estigma na sociedade.
Aliás, o mês de janeiro é dedicado à conscientização da doença, levando mais informações para as pessoas e evitando que o preconceito se perpetue, já que o Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial dessa enfermidade.
Sendo assim, neste artigo, vamos mostrar informações importantes sobre a hanseníase e como ficar atento aos sintomas.
O que é a hanseníase?
A hanseníase é causada pela bactéria mycobacterium leprae, transmitida pela saliva, que afeta a pele e alguns nervos periféricos, ocasionando perda muscular e de sensibilidade. Assim, muitos pacientes simplesmente não sentem dor.
Existem vários tipos e eles se diferem de acordo com como o organismo reage à bactéria. Veja só algumas classificações pela Organização Mundial de Saúde:
- Dimorfa: para aqueles pacientes com mais de cinco lesões, com bordas bem ou pouco definidas, e o impacto em dois ou mais nervos.
- Tuberculóide: os pacientes que apresentam até cinco lesões bem definidas e um nervo comprometido.
- Indeterminada: os pacientes que apresentam até cinco manchas com contornos imprecisos e não há impacto em nervos. Normalmente, essa é a fase inicial da hanseníase.
- Virchowiana: os pacientes que estão com o nível mais grave da doença, com grande parte da pele danificada e, algumas vezes, comprometimento de órgãos.
Quais são os principais sintomas da hanseníase?
Alguns sintomas principais são:
- Manchas na pele e, nesses locais, a falta sensibilidade;
- Sumiço dos pelos em alguns locais do corpo;
- Dormência e formigamentos;
- Caroços e feridas;
- Inchaços;
- Febre;
- Sangramentos nasais;
- Dor e diminuição da força muscular.
Assim, apesar de serem apenas alguns dos sintomas, esses são os mais comuns. Por isso, deve-se investigar junto a um dermatologista com exames específicos para o diagnóstico final.
Impacto Psicossocial da Hanseníase
O impacto psicossocial da hanseníase é profundo, afetando não apenas a saúde física dos pacientes, mas também sua saúde mental e bem-estar social. O estigma associado à doença é uma das principais barreiras enfrentadas pelos pacientes, levando muitas vezes ao isolamento social, à discriminação e à exclusão de atividades comunitárias.
Este estigma tem raízes históricas e é perpetuado por mitos e desinformação sobre as formas de transmissão e a curabilidade da doença.
A luta contra o estigma requer esforços educacionais direcionados tanto aos pacientes quanto à sociedade em geral. A educação pode ajudar a desmistificar a doença, promovendo uma compreensão de que a hanseníase é curável e que os pacientes podem levar uma vida normal durante e após o tratamento.
Campanhas de conscientização e programas de apoio psicossocial são essenciais para melhorar a aceitação dos pacientes na sociedade e para fortalecer sua saúde mental e resiliência.
Além do apoio médico, o acompanhamento psicológico e o suporte de comunidades e redes de apoio são cruciais para a recuperação integral dos pacientes. A integração de serviços de saúde mental nos programas de tratamento da hanseníase pode ajudar a abordar o impacto psicossocial da doença, proporcionando aos pacientes as ferramentas necessárias para enfrentar o estigma, reconstruir sua autoestima e retomar seu lugar na sociedade.
Este enfoque holístico é fundamental para garantir que a recuperação vá além da cura física, abrangendo também o bem-estar psicológico e social dos indivíduos afetados pela hanseníase.
Qual é o tratamento para a hanseníase?
Como falamos anteriormente, ela tem cura, mas é preciso que o paciente procure rapidamente um profissional para indicar o melhor tratamento e evitar maiores sequelas. Além disso, os pacientes que estão em tratamento têm uma maior dificuldade para transmitir a doença.
Na maioria das vezes, é aconselhada a utilização de antibióticos que acabarão com a bactéria responsável e, após o início dos cuidados, a pessoa já deixa de transmitir em quatro dias. O procedimento é feito por um período prolongado e não deve ser interrompido para que a causadora não tenha uma maior resistência ao remédio.
Dessa forma, com sintomas ou não da hanseníase, é importante sempre realizar um check-up anual e contar com uma equipe com os melhores profissionais da área de saúde
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